Mesmo com número alto de médicos especializados,
brasileiros ainda realizam procedimentos cirúrgicos com profissionais
sem título de especialista; 95% dos processos que tramitam no CRM-SP
ocorrem em função desta escolha.
De acordo com levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica (SBCP), o Brasil possui cerca de um cirurgião plástico
para cada 44 mil habitantes. Número considerado elevado se comparado
aos Estados Unidos, em que se tem um especialista para cada 50 mil.
No entanto, segundo Dr. Denis Calanzas, secretário geral da SBCP e
mentor da pesquisa, não é aconselhável a comparação entre os países,
utilizando a razão médico/habitante, pois é preciso levar em
consideração outros fatores importantes. “É preciso levar em conta a
diferença numérica entre as próprias capitais brasileiras e como a
especialidade está sendo vista e ocupando seu espaço na sociedade,”,
explica o médico.
Das 26 capitais pesquisadas, apenas seis possuem número considerado
muito inferior a média (confira tabela), sendo cinco delas localizadas
na região norte do país. São Paulo foi a capital brasileira com maior
número de cirurgiões por habitante, 12.508, com um número total de 899
médicos especializados em plástica.
Apesar da grande oferta de especialistas de cirurgia plástica na
capital paulistana, somente no Conselho Regional de Medicina de São
Paulo, 95% dos processos com reclamações de cirurgias plásticas mal
sucedidas, não foram realizados por médicos especialistas reconhecidos
pela SBCP.
Os médicos que compõem a Sociedade têm em seu currículo uma formação
de cerca de 11 anos, que somam a Faculdade de medicina (6 anos),
residência em Cirurgia Geral (2 anos), e residência em cirurgia plástica
(3 anos). Além disso, para obter o título de especialista, é preciso
aprovação em uma prova oficial aplicada pela associação da
especialidade.
O Brasil é o segundo país no mundo onde é realizado o maior número de
cirurgias plásticas, com 1.592.106 procedimentos por ano, ficando atrás
somente dos Estados Unidos, com 1.620.855. Pensando nisso, a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) faz um alerta sobre a importância
da escolha de um profissional especializado para evitar erros durante o
procedimento.
“Alguns médicos usam o termo especialista em medicina estética, uma
especialidade que não existe e é não reconhecida, para ludibriar seus
pacientes”, explica o Presidente da Sociedade brasileira de Cirurgia
Plástica, Dr. José Horácio Aboudib Jr. De acordo com ele, não há
reconhecimento do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação
Médica Brasileira (AMB) para esse segmento da medicina.
De acordo o Presidente da Sociedade, o primeiro passo é ficar atento
se o cirurgião é especialista em cirurgia plástica e se tem o título em
sua especialidade.
“É muito importante que os pacientes não se deixem enganar por
profissionais que se intitulam especialistas em medicina estética,
profissionais que fazem isso estão cometendo uma infração ética grave”,
explica o Presidente.
Fonte: SBCP